segunda-feira, 7 de maio de 2012

Rita Lee volta com tudo e espanta todos os males

'Reza' rompe com o hiato de nove anos sem lançar inéditas e mostra maturidade e experiência da cantora.

Passados nove anos sem lançar um disco de inéditas, Rita Lee quebra o jejum com "Reza", uma autobiografia de 14 faixas cínicas e sinceras, à altura de sua experiência de 47 anos de rock 'n' roll. 
No trabalho, o misticismo, a psicodelia, o tropicalismo, a ironia e o transcendentalismo se misturam e se confundem nos acordes de guitarra e nas batidas eletrônicas. Sem dúvida, é um álbum que deve agradar tanto aos velhos como aos novos fãs. Para captá-los, até a Globo ajudou: a faixa-título faz parte da trilha sonora da novela "Avenida Brasil". 
Os créditos, contudo, não devem ser dados apenas a Rita. "Reza" é fruto de mais uma parceria com o marido Roberto de Carvalho, responsável pela produção, pelos instrumentos e ainda pelas fotografias do álbum.
"Dá uma baita segurança saber que o Bob pilota a nave. O que um pensa, o outro faz. Quando um não quer, dois brigam", conta a cantora. "A sonoridade chique em cada uma das faixas se deve às orquestrações do maestro do bom gosto e meu namorado há 35 anos", completa. 
Além da faixa-título, um forte candidato a hit é "Paradise Brasil". Cantada na maior parte em inglês, a música é uma sátira confessa ao país e, ao mesmo tempo, poderia ser uma dessas febres que tocam no mundo todo. 
Não importa a idade (64 ou 67 anos?), Rita Lee sempre será uma letrista inconfundível e excelente. Exemplos disso não faltam no novo trabalho. "Faço terapia, malho todo dia, pratico yoga, não uso mais droga, ô vidinha de merda", canta em "Vidinha", uma autoironia descarada. 
Com onomatopeias, palavras sem nexo, neologismos, inglês, espanhol, italiano e um pouco de português, o disco mostra que a cantora ainda tem muito a ensinar para as novas gerações do rock. 
Resta agora saber se ela seguirá a promessa de parar com os shows, após a polêmica despedida, em janeiro, ou se fará uma turnê de "Reza" , que deveria ser feita, no mínimo, para propagar a genialidade do trabalho.
Nas entrevistas recentes, Rita Lee desconversou sobre a turnê do disco; em janeiro, ela fez um show de despedida e acabou na delegacia.

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